Dor
Quisera esta
tarde divina de outubro
passear pela
beira longínqua do mar;
Que a areia
de ouro, e as águas verdes,
e os céus
puros me vissem passar.
Ser alta,
soberba, perfeita, quisera,
como uma
romana, para concordar
com as
grandes ondas, e as rocas mortas
e as largas
praias que apertem o mar.
Com o passo
lento, e os olhos frios
e a boca
muda, deixar-me levar;
ver como se
rompem as ondas azuis,
contra os
granitos e não pestanejar;
ver como as
aves de rapina se comem
os peixes
pequenos e não despertar;
pensar que
puderam as frágeis barcas
Afundar-se
nas águas e não suspirar;
Ver que se
adianta a garganta ao ar,
O homem mais
belo não desejar amar…
Perder o
olhar, distraidamente,
perde-lo e
que nunca o volte a encontrar:
E figura
erguida entre céu e praia
sentir-me o
esquecimento perene do mar.
(poetisa
argentina falecida faz hoje 75 anos)
Tradução de
Maria Teresa Almeida Pina
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