domingo, março 31, 2013

Dia

De que céu caído,
oh insólito,
imóvel solitário na onda do tempo?
És a duração,
o tempo que amadurece
num instante enorme, diáfano:
flecha no ar,
branco embelezado
e espaço já sem memória de flecha.
Dia feito de tempo e de vazio:
desabitas-me, apagas
meu nome e o que sou,
enchendo-me de ti: luz, nada.

E flutuo, já sem mim, pura existência.


(poeta mexicano nascido faz hoje 99 anos)

1 comentário:

Justine disse...

Alegro-me por haver ainda quem se lembre de Octavio Paz! Como eu gosto deste homem sábio...
Obrigada