Anda, vem
Anda, vem... por que te negas,
Carne morena, toda perfume?
Por que te calas,
Por que esmoreces
Boca vermelha, – rosa de lume!
Se a luz do dia
Te cobre de pejo,
Esperemos a noite presos n'um beijo.
Dá-me o infinito gozo
De contigo adormecer,
Devagarinho, sentindo
O aroma e o calor
Da tua carne, – meu amor!
E ouve, mancebo alado,
Não entristeças, não penses,
- Sê contente,
Porque nem todo o prazer
Tem pecado...
Anda, vem... dá-me o teu corpo
Em troca dos meus desejos;
Tenho saudades da vida!
Tenho sede dos teus beijos!
*(poeta vítima da homofobia)
4 comentários:
Lindíssimo poema. Vibrante, magoado, sentido... quase um pedido, quase uma saudade... excelente escolha.
jocas grandes
Grande poeta!
pois é - a Poesia não tem sexo.
oportuno poema.
abraços
Boa citação
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