O filho do
século
Nunca mais
andarei de bicicleta
Nem
conversarei no portão
Com meninas
de cabelos cacheados
Adeus valsa
"Danúbio Azul"
Adeus tardes
preguiçosas
Adeus
cheiros do mundo sambas
Adeus puro
amor
Atirei ao
fogo a medalhinha da Virgem
Não tenho
forças para gritar um grande grito
Cairei no
chão do século vinte
Aguardem-me
lá fora
As multidões
famintas justiceiras
Sujeitos com
gases venenosos
É a hora das
barricadas
É a hora do
fuzilamento, da raiva maior
Os vivos
pedem vingança
Os mortos
minerais vegetais pedem vingança
É a hora do
protesto geral
É a hora dos
vôos destruidores
É a hora das
barricadas, dos fuzilamentos
Fomes
desejos ânsias sonhos perdidos,
Misérias de
todos os países uni-vos
Fogem a
galope os anjos-aviões
Carregando o
cálice da esperança
Tempo espaço
firmes porque me abandonastes.
(poeta
mineiro nascido a 13 de Maio de 1901)
1 comentário:
É preciso "virar" o caos.
Abraço
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