quinta-feira, setembro 29, 2011

Paisagem citadina

A pele por fulgurantes
instantes muitas vezes abre-se até onde
seria impensável que exercesse
com tão grande rigor o seu domínio.

Não temos então dela senão rápidas
visões, onde os reclames
do coração se cruzam, solitários
e agrestes, reflectidos

por trás nos ossos empedrados.
Em certas posições vêem-se as cordas
do nosso espírito esticadas num terraço.

A roupa dói-nos porque, embora
nos cubra a pele, é dentro
do espírito que estão os tecidos amarrados.


(poeta viseense nascido a 29 de Setembro de 1957)

4 comentários:

Flor de Jasmim disse...

Lino
Lindo este poema com frases complexas mas que muito nos dizem.
Beijo

Sensualidades disse...

adorei

Bjinhos
Paula

BlueShell disse...

Excelente escolha. Obrigada por partilhares.
BJ

Justine disse...

Poema interessante...