O Peixe
Tendo por berço o lago cristalino,
Folga o peixe, a nadar todo inocente,
Medo ou receio do porvir não sente,
Pois vive incauto do fatal destino.
Se na ponta de um fio longo e fino
A isca avista, ferra-a inconsciente,
Ficando o pobre peixe de repente,
Preso ao anzol do pescador ladino.
O camponês, também, do nosso Estado,
Ante a campanha eleitoral, coitado!
Daquele peixe tem a mesma sorte.
Antes do pleito, festa, riso e gosto,
Depois do pleito, imposto e mais imposto.
Pobre matuto do sertão do Norte!
(poeta popular cearence falecido a 8 de Julho de 2002)
1 comentário:
Até que enfim, Lino, você coloca versos de brasileiro que conheço. Patativa é um mito da poesia nordestina, e seus versos são muito divulgados e conhecidos.
Fico admirado com o seu conhecimento de poetas e escritores brasileiros.
Forte abraço,
Jorge
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