sexta-feira, abril 02, 2010

Crónica milanesa

na catedral de Milão
às três da tarde sexta-feira santa
um Cristo estendido expira (de novo)
enquanto uma turista austríaca explica as técnicas da edificação
                                       [ gótica das catedrais da idade média
                 a um bando sonolento de turistas
um pombo passeia pela nave e pousa no vitral incendiado pela
                                                        [ luz horizontal da tarde
e o padre se exalta e amaldiçoa (de novo)
Júlio César Pôncio Pilatos Herodes e todos os soldados
                                            [ (romanos e austríacos)
                             amém

Vera Lúcia de Oliveira*, in  Tempo de Doer/Tempo di soffrire

*poetisa paulista-italiana

4 comentários:

jrd disse...

Turismo de plástico.

O Puma disse...

Turismo profunda mente

religioso

Sensualidades disse...

Adorei milao, com todos os ses defeitos

Beijos
Paula

vieira calado disse...

Bem boa, esta poesia!

E agora o meu amigo:

que não lhe falte nada

no Domingo de Páscoa:

Um bom repasto, vinhaça a condizer...

e boa disposição... já que...

o HOMEM ressuscitou!

Forte abraço