segunda-feira, janeiro 11, 2010

De degrau em degrau

de degrau em degrau afundo-me na sabedoria
do ouro e da visão conheço a lenta travessia
onde o corpo se evapora no fogo do tempo
reclamado de rostos e de petrificadas memórias

regresso pela transparente teia dos gestos
e pelos desertos junto ao mar
amámos
sobre o envelhecido espelho
fingimos morrer

já não posso dizer que nada existe
repovoámos o sonho e na boca cresceu
subitamente um pássaro o exíguo espaço
de um país

ó ave
dispersa esta réstia de sangue sobre o mar!

Al Berto

3 comentários:

jrd disse...

Talvez "descer" de novo ao mar: De degrau em degrau.

Cadinho RoCo disse...

No mar há muitro mais que corpos vivos e sangues aflitos.
Cadinho RoCo

Manuel Veiga disse...

tenho que reler o Al Berto. com outro olhar...

abraço