O ataque das alforrecas
Parece que as alforrecas estão em alta.
Com efeito, depois de, há poucos dias, cientistas australianos terem anunciado a descoberta, nas águas profundas da Antártida, de criaturas marinhas gigantes, entre as quais aranhas do mar do tamanho de pratos normais de refeição e alforrecas com tentáculos de 6 metros de cumprimento, cientistas espanhóis acabam de avisar que as pragas de alforrecas, que têm sido, nos anos recentes, um flagelo para os banhistas do Mediterrâneo, estarão de volta e em força no próximo verão.
Os cientistas do Instituto de Ciências Marinhas de Barcelona começaram, em Novembro, a estudar os ciclos de vida das alforrecas ao largo da Costa Brava e ficaram alarmados pela enorme quantidade que detectaram de alforrecas pelagia noctiluca, popularmente conhecida como “picadora cor de malva”.
O estudo revelou que as alforrecas proliferam durante todos o ano e, entre Novembro e Janeiro, foram descobertas 30 colónias ao longo da costa catalã, com uma dimensão entre 4 e 10 alforrecas por metro cúbico de água. As correntes de verão fá-las-ão sair das águas profundas e invadir as praias aos milhões, à semelhança do que tem acontecido em anos recentes mas com uma intensidade acrescida, impossibilitando os banhos de mar, dada a natureza extremamente urticante dos cnidocitos.
Mas os cientistas estão sobretudo preocupados com o desequilíbrio global no mar provocado pela pesca em excesso, que tem eliminado os predadores (peixes grandes como o peixe-espada e o atum vermelho) e os concorrentes (sardinhas e peixe miúdo que competem pela comida) das alforrecas. A isto acrescem as condições ideais para as alforrecas se reproduzirem: temperaturas suaves, chuva ligeira e ausência dos habituais temporais de Inverno.
Embora as pragas de alforrecas não sejam novas, ocorriam em ciclos de cerca de 10 anos que, ultimamente, se têm tornado mais curtos e mais globais com surtos espectaculares também fora do Mediterrâneo, desde o Japão ao Brasil, passando pela Namíbia, Austrália, Alaska, Venezuela e Peru. Só em 2006 a Cruz Vermelha tratou 21.000 pessoas que foram picadas nas praias catalãs, enquanto que num único dia de Agosto mais de 400 banhistas foram tratados numa praia da província de Málaga e em Dezembro passado centenas de banhistas foram picados no sudeste do Brasil.
Moral da história: ou comemos menos peixe e poluímos menos o ar e as águas ou, no mínimo, deixamos de ir à praia. Talvez umas valentes picadas nos cépticos do aquecimento global os fizesse compreender que este não é um mito.
Imagem: Le-Dung Ly/Getty Images
4 comentários:
Pois, mas não me parece que se a falta de inverno, as tempestades e os surtos de calor os alertem, sejam uma valentes picadas que o façam. Mas que o merecem.... Lol, la isso merecem!
Depende do sítio onde as alforrecas piquem, martita! Lol!
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