DIZEM
Quando nasci
tinha uma faca na mão.
Dizem: é
poesia.
Mas peguei
na pena, melhor ainda que a faca.
Nasci para
ser homem.
Alguém
soluça uma felicidade apaixonada.
Dizem: é
amor.
Chama-se ao
teu seio, simplicidade das lágrimas!
Só contigo
eu brinco.
Não recordo
nada e também nada esqueço.
Dizem: como
é possível?
O que deixo
cair mantém-se sobre a terra.
Se o não
encontro, tu o encontrarás.
A terra me
aprisiona, o mar me dilacera.
Dizem: um
dia morrerás.
Mas dizem-se
tantas coisas a um homem
que nem
sequer respondo.
(poeta
húngaro nascido faz hoje 108 anos)
Tradução de Egito Gonçalves
2 comentários:
Dizem tanta coisa… há que saber ouvir, refletir e depois pensarmos nós mesmos com base em toda a informação obtida.
Gostei do poema e da mensagem que dele consta.
É preciso saber ouvir e, sobretudo, entender.
Abraço
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