Da Noite - I
Vi as éguas
da noite galopando entre as vinhas
E buscando
meus sonhos. Eram soberbas, altas.
Algumas
tinham manchas azuladas
E o dorso
reluzia igual à noite
E as manhãs
morriam
Debaixo de
suas patas encarnadas.
Vi-as
sorvendo as uvas que pendiam
E os beiços
eram negros e orvalhados.
Uníssonas,
resfolegavam.
Vi as éguas
da noite entre os escombros
Da paisagem
que fui. Vi sombras, elfos e ciladas.
Laços de
pedra e palha entre as alfombras
E vasto, um
poço engolindo meu nome e meu retrato.
Vi-as
tumultuadas. Intensas.
E numa
delas, insone, me vi.
(poetisa
paulista nascida faz hoje 83 anos)
2 comentários:
As éguas não dormiram nessa noite.
Abraço
Na verdade, aqui aprendo sobre esse laço essencial da língua que temos em comum, nesse país tão longe/longo.
Obg abrç da bettips
Enviar um comentário