quarta-feira, abril 25, 2007

Reflexão Há certas almas como as borboletas, cuja fragilidade de asas não resiste ao mais leve contato, que deixam ficar pedaços pelos dedos que as tocam. Em seu voo de ideal, deslumbram olhos, atraem as vistas: perseguem-nas, alcançam-nas, detêm-nas, mas, quase sempre, por saciedade ou piedade, libertam-nas outra vez. Elas, porém, não voam como dantes, ficam vazias de si mesmas, cheias de desalento... Almas e borboletas, não fosse a tentação das cousas rasas; - o amor de néctar, - o néctar do amor, e pairaríamos nos cimos seduzindo do alto, admirando de longe!... Gilka Machado (in Sublimação, 1928) (Afixado no Rio de Janeiro)

2 comentários:

GMaciel disse...

E depois de tão belas palavras, fico eu vazia delas, à toa, nas imagens que o poema me lançou.
Venham mais, que esta alma está sedenta.
:)

Anónimo disse...

Poema muito bonito!
Boas férias!
Abraço