Quando Assassinam as Crianças
Flameja, olho feroz, um sol de brasa.
Voa no céu lúgubre coorte
De asas negras de aviões lançando a morte.
Troa e atroa a metralha e tudo arrasa.
Dir-se-ia que Satã, no roçar da asa,
Semeara o mal e o horror, de sul a norte.
A terra é tinta de um vermelho forte,
Sangue que mil veias extravasa.
Vozes pedem socorro, desvairadas.
Pernas sangrentas... carnes laceradas...
Trágicos trismos de mil bocas tortas...
E a sirene gargalha, em voz tremenda,
Ogre mau e fatídico de lenda, -
Vendo as feridas de crianças mortas...
(poeta baiano nascido a 8 de Setembro de 1912)
2 comentários:
E continua actual! Desgraçadamente!!!
Boa noite
Muito bom soneto, Lino.
Também não conheço este poeta baiano.
Abraço,
Jorge
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