NAU SEM RUMO
Não preciso de cartas de navegação:
basta-me o sonho de travessias impossíveis.
Caminhar sobre a superfície do oceano,
pisando em pássaros submarinos,
tropeçando em ruínas de outras civilizações,
beijando cadáveres de náufragos,
até a definitiva conversão em água, sal e vento.
Sei que não tenho destino.
É o destino que me possui.
As correntezas traçam a rota
e as tempestades preparam o naufrágio.
O mar não precisa de caminhos,
tece na solidão as formas da morte,
enquanto o vento entoa cantos fúnebres
sobre os campos azuis do país marítimo.
O mar não precisa de navios,
precisa apenas de corpos.
Não preciso de cartas de navegação:
basta-me o sonho de travessias impossíveis.
Caminhar sobre a superfície do oceano,
pisando em pássaros submarinos,
tropeçando em ruínas de outras civilizações,
beijando cadáveres de náufragos,
até a definitiva conversão em água, sal e vento.
Sei que não tenho destino.
É o destino que me possui.
As correntezas traçam a rota
e as tempestades preparam o naufrágio.
O mar não precisa de caminhos,
tece na solidão as formas da morte,
enquanto o vento entoa cantos fúnebres
sobre os campos azuis do país marítimo.
O mar não precisa de navios,
precisa apenas de corpos.
José Antônio Cavalcanti
(poeta brasileiro)
2 comentários:
nao ter rumo pode ser divertido
Bjinhos
Paula
O mar é o (um) caminho
Enviar um comentário