terça-feira, abril 19, 2011


Noite Morta

Noite morta.
Junto ao poste de iluminação
Os sapos engolem mosquitos.

Ninguém passa na estrada.
Nem um bêbado.

No entanto há seguramente por ela uma procissão de sombras.
Sombras de todos os que passaram.
Os que ainda vivem e os que já morreram.

O córrego chora.
A voz da noite...
(Não desta noite, mas de outra maior.)


(Manuel Bandeira nasceu a 19 de Abril de 1886)

1 comentário:

Manuel Veiga disse...

o grande, enorme poeta Manuel Bandeira!

é sempre bom revisitá-lo.

abraços