Os novos cruzados
Está a causar grande celeuma a denúncia de que um fabricante de miras telescópicas, que são vendidas às centenas de milhares às forças armadas dos Estados Unidos para serem incorporadas em espingardas utilizadas no Iraque e no Afeganistão pelos militares, quer nas operações de guerra quer no treino dos exércitos e polícias locais, coloca disfarçadamente à frente do número de série referências codificadas ao Novo Testamento, o que desrespeita a Constituição do país e os Regulamentos militares.
Na imagem é visível a inscrição JN8:12, uma clara referência ao versículo 12 do capítulo 8 do Evangelho de João: “Jesus falou-lhes novamente e disse: Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida”. Mas há outras imagens com o código 2COR4:6, referência ao versículo 6 do capítulo 4 da Segunda Carta de Paulo aos Coríntios: “Porque o Deus que disse: das trevas brilhe a luz, foi quem brilhou nos nossos corações, para irradiar o conhecimento da glória de Deus, que resplandece na face de Cristo”.
A notícia apareceu inicialmente em 18 de Janeiro no sítio da ABC News, por denúncia da Fundação para a Liberdade Religiosa Militar, que recebeu inúmeras queixas de militares no activo, e rapidamente se espalhou por vários jornais, incluindo os chamados “de referência”.
Apesar de o assunto ter vindo a ser comentado nos bastidores há quase 4 anos, porta-vozes do Exercito e dos Fuzileiros Navais disseram que os serviços não tinham conhecimento das inscrições. Entretanto, as forças da Nova Zelândia no Afeganistão, que utilizam o mesmo tipo de miras, já disseram que iam remover tais códigos.
Este é o tipo de gentalha que depois se queixa de que os muçulmanos são fundamentalistas e que se eriça toda quando alguém fala dos novos cruzados.
P.S. Parece que a empresa, após os veementes protestos de neozelandezes e australianos e reparos dos militares estado-unidenses, se prontificou a retirar os códigos. A notícia pode ser lida no sítio da FLRM.
1 comentário:
Será que Deus lhes vai perdoar?
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