O eucalipto e o Saci
Um dia fui passear
Lá no reino encantado
E em cima de um cupim
Eu vi o saci sentado
Com os olhos cheios d’água
Que há pouco tinha chorado
Então lhe perguntei
Por que estava desolado
Deu um rodamoinho
E ele me respondeu
Olha para as montanhas
Veja o que aconteceu
Plantaram uns paus compridos
Que depressa cresceram
Todos os bichos foram embora
E alguns até morreram
É o tal de eucalipto
Planta que não é daqui
Uma mata silenciosa
Que acabou com tudo ali
Os macacos foram embora
Até o mico e o sagüi
Que saudade do sabiá
Do sanhaço e do bem-te-vi
Esta planta suga a terra
As nascentes estão secando
Nossos rios caudalosos
Devagar vão se acabando
As fazendas destruídas
Pelas máquinas vão tombando
O caipira sem destino
Pra cidade está mudando
Como são 32 oitavas, façam o favor de ler as restantes aqui.
(a propósito do 4º aniversário da plantação de um eucalipto para os lados Belém)
4 comentários:
lindo
jokasp
Paula
Se um eucalipto desse tanto trabalhar a fazer a manutenção como escrever estas oitavas decerto não teríamos tantos eucaliptos...
Impressionante!
Também por cá, a árvore que tudo seca, impõe a sua sede devoradora.
Os eucaliptos
também são filhos de deus
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