A biquinha
Zeca sente muita saudade do tempo de criança. Ele morava numa casa na roça, onde tudo era melhor.
A água era pura, cristalina, trazida diretamente da mina até a porta da cozinha por uma bica feita com um pau oco apoiado sobre algumas forquilhas fincadas no chão. Ela saía da mina e já entrava na bica, para cair lá na frente, limpinha, gostosa, para Zeca pegar para sua mãe, beber ali mesmo ou brincar com monjolinhos.
- Os anos foram passando – conta Zeca – e a bica continuava lá, já meio podre. Um dia ela caiu de vez, mas a água já estava acostumada e continuou saindo da mina, indo até lá na frente pelo ar, como se a bica continuasse existindo, e caindo na porta da cozinha...
Mouzar Benedito
Publicado no jornal digital VIAPOLÍTICA
3 comentários:
A água é amiga dos homens bons como o Zeca, mas há homens que não são bons e a tratam mal.
As belas memórias
da água
Tão simples e tão bonito!
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