terça-feira, abril 14, 2009

Centenário Numa manhã rutilante que vem perto, quando findar a noite ilegal que nos ensombra – tu e eles virão, aos ombros dos velhos lutadores, para o templo dos heróis. Bandeiras vermelhas como o sangue dos mártires hão-de envolver os vossos corpos. Braçadas de flores de todos os jardins proletários se desfolharão sobre vós. Bocas que mal sabiam cantar hão-de entoar um hino revolucionário. E hão-de brotar lágrimas de muitos olhos, tão puras como as lágrimas da tua companheira. Vale a pena lutar por esse dia, camarada! Lutaremos. Sabes? Os militantes da base já descobriram o teu nome. ALFREDO DINIS. Mas não houve deslize conspirativo… Vai sendo tempo que o povo decore os nomes dos seus filhos heróicos. Vai sendo tempo. Não te digo adeus, camarada. Até um dia, no Portugal liberto. Soeiro Pereira Gomes – Última Carta (in Refúgio Perdido e Outros Contos – Edições Avante - 4 de Fevereiro de 1975)

2 comentários:

mdsol disse...

[Eu de arte também não percebo nada... Gosto do que gosto porque sim! rsrsrsr]

:)))

Luis Portugal disse...

Olá Lino
Soeiro Pereira Gomes, um autor (ligado) à minha vide de estudante.
Tivemos, nesse tempo, de decorar o livro "Esteiros" para um estudo aprofundado. Saudades desse tempo.
Um Bom dia para o Lino.
Abraços