How many times must a man look up, Before he can see the sky? How many ears must one man have, Before he can hear people cry? The answer, my friend, is blowin' in the wind. The answer is blowin' in the wind.
terça-feira, outubro 23, 2007
Mais nacionalismo xenófobo
O frenesi da cimeira europeia e da aprovação do chamado Tratado Reformador bem como das eleições na Polónia, onde parece que mudaram as moscas – ao que consta mais europeístas, mais neo-liberais e menos xenófobas -, afastou das luzes da ribalta o que se está a passar mesmo no centro da Europa – que não da União Europeia - onde a histórica democracia helvética foi, no domingo, a votos para o governo e parlamento.
Após uma campanha eleitoral marcada por vários conflitos, onde a União Democrática do Centro (UDC) – o partido mais à direita do espectro político – investiu nove milhões de euros, a UDC foi o partido mais votado, com 29% dos sufrágios.
A UDC, liderada por Cristoph Blocher, veio de uma votação de 9,75% em 1975 para um total de 22,5% dos votos em 2003, ultrapassando, agora, as melhores expectativas dadas pelas sondagens, num país onde os partidos tradicionais - o Partido Social Democrata, o Partido Radical (da direita empresarial) e o Partido Democrata Cristão - têm vindo sistematicamente a perder terreno.
A UDC fez uma campanha marcadamente anti-islâmica e racista, brandindo a ideia de que o perigo para a Suiça são a União Europeia e a esquerda e defendendo a tese de que o governo possa “deportar os criminosos”, o que quer dizer que os criminosos são estrangeiros. A imagem da campanha foi a bandeira de fundo vermelho e cruz branca do País, de cujo perímetro três ovelhas brancas tentavam expulsar, à patada, uma ovelha negra e onde pontificavam os dizeres “qualidade Suiça”, “minha casa, nosso país” e “por uma Suiça forte”. O cartaz provocou tal repúdio que até a ONU interpelou o candidato sobre o seu racismo mas o que é certo é que a campanha foi um êxito no sentido de atrair o eleitorado conservador. Nas manifestações de rua da UDC foram claramente identificados por uma foto-reportagem vários militantes conhecidos de grupos neo-nazis.
Embora a Suiça tenho um sistema de governo sui generis, em que o executivo é formado por 7 membros dos quatro partidos mais votados – o que afasta, para já, o domínio absoluto da UDC - talvez seja tempo de as organizações internacionais começarem a olhar o país com “olhos de ver” mais além do que o funcionamento impecável dos relógios e o sigilo bancário.
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3 comentários:
Grande verdade. Tem que haver uma maior atenção.
Pois é, Bernardo.
Por vezes andamos à procura da serpente no ninho do vizinho; quando nos apercebemos de que ela está no nosso, à espreita, já é demasiado tarde.
Com tudo isto eu so vejo a extrema direita a ganhar terreno na Europa... Ainda ontem alguem me dizia: não estamos assim tão mal, ainda falta a Austria e outros paises... OK, estamos de todo a dormir na forma... Assim não vamos mesmo longe :(
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