O Cavaleiro
Talvez o
espere ainda a Incomeçada
aquela que
louvámos uma noite
quando o
abril rompeu em nossas veias.
Talvez o
espere a avó o pai amigos
e a mãe que
disfarça às vezes uma lágrima.
Talvez o
próprio povo o espere ainda
quando
subitamente fica melancólico
propenso a
acreditar em coisas misteriosas.
Algures
dentro de nós ele cavalga
algures
dentro de nós
entre mortos
e mortos.
É talvez um
impulso quando chega maio
ou as
primeiras aves partem em setembro.
Cargas e cargas
de cavalaria.
E cercos.
Conquistas. Naufrágios naufrágios.
Quem sabe
porquê. Quem sabe porquê.
Entre mortos
e mortos
algures
dentro de nós.
Quem pode
retê-lo?
Quem sabe a
causa que sem cessar peleja?
E cavalga
cavalga.
Sei apenas
que às vezes estremecemos:
é quando
irrompe de repente à flor do ser
e nos deixa
nas mãos
uma espada e
uma rosa.
(Manuel
Alegre faz hoje77 anos)
1 comentário:
Do canto e das armas.
Abraço
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