Lágrimas
ocultas
Se me ponho
a cismar em outras eras
Em que ri e
cantei, em que era querida,
Parece-me
que foi noutras esferas,
Parece-me
que foi numa outra vida...
E a minha
triste boca dolorida,
Que dantes
tinha o rir das primaveras,
Esbate as
linhas graves e severas
E cai num
abandono de esquecida!
E fico,
pensativa, olhando o vago...
Toma a
brandura plácida dum lago
O meu rosto
de monja de marfim...
E as
lágrimas que choro, branca e calma,
Ninguém as
vê brotar dentro da alma!
Ninguém as
vê cair dentro de mim!
(Florbela
Espanca nasceu a 8 de Dezembro de 1894 e faleceu a 8 de Dezembro de 1930)
1 comentário:
Lindo este poema da Florbela!
Obrigado, o meu amigo sabe escolher.
beijinho e uma flor
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