Grito Negro
Eu sou
carvão!
E tu
arrancas-me brutalmente do chão
e fazes-me
tua mina, patrão.
Eu sou
carvão!
E tu
acendes-me, patrão,
para te
servir eternamente como força motriz
mas
eternamente não, patrão.
Eu sou
carvão
e tenho que
arder sim;
queimar tudo
com a força da minha combustão.
Eu sou
carvão;
tenho que
arder na exploração
arder até às
cinzas da maldição
arder vivo
como alcatrão, meu irmão,
até não ser
mais a tua mina, patrão.
Eu sou
carvão.
Tenho que
arder
Queimar tudo
com o fogo da minha combustão.
Sim!
Eu sou o teu
carvão, patrão.
(José
Craveirinha nasceu faz hoje 90 anos)
1 comentário:
Até ao dia em que, incandescente, o carvao vai queimar o patrao.
Abraco
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