Ridicularia e pacovice
Se Cavaco Silva seguiu Bento XVI como chefe do Estado do Vaticano, como parece resultar da sua pose de Presidente da República, numa altura em que Bento XVI agia como Papa, teve uma atitude ridícula e desprestigiante, andando como cão atrás do dono face ao representante de um Estado minúsculo que nem sequer integra de pleno direito a ONU e subvertendo o princípio constitucional segundo o qual Portugal é um estado laico. Se o fez na sua condição de cidadão, devia ter-se “despido” do estatuto de Presidente da República e deixado bem claro que era como simples cidadão que agia.
Como se a promiscuidade demonstrada não fosse suficiente, mais uma vez ficou patente a sua pacovice e curteza de vistas ao manifestar, perante as câmaras da televisão, o seu espanto pelo facto der o Papa ter repetido despachadamente o nome dos seus netos. Goste-se ou não de Ratzinger - e eu não gosto - é reconhecidamente um homem de cultura, coisa que Cavaco Silva não faz a mínima ideia do que seja. E um homem de cultura, mais a mais com o estatuto que o Papa tem, quando decide dar uma audiência a uma família, prestando-se até a deslocar-se a sua casa, tem de o fazer com a adequada cortesia, pelo que necessita de ter conhecimento antecipado do nome das pessoas que vai encontrar. Alguém acredita que os serviços protocolares do Vaticano não tiveram o cuidado de escrever os nomes dos familiares directos do Presidente (filhos, cônjuges e netos) para que Bento XVI pudesse deles ter conhecimento antecipado? Eu não acredito e nem sequer presido a uma sociedade de amigos do tintol, quanto mais a uma República!
6 comentários:
Tens ainda mais razão
na condição de católico não enfeudado ao Vaticano
De facto Cavavo e a dama
a rastejarem náo é novidade
mas o povo com estas vergastadas
também de Sócrates
porque acende velas
porque rasteja?
Compreendo o teu incómodo porque é também o meu incómodo.
Só faltou mesmo levar o Papa a Boliqueime.
Enfim é o presidente foleiro que temos.
pareceu-me francamente exagerada a atitude do cavaco
Beijos
Paula
Faço minhas as palavras do JRD. Mas acrescento: sempre que vejo a Drª Maria naqueles propósitos em que confunde à vontade com espalhafato e delicadeza com familiaridades, "coloca-se-me" pele de galinha! E o ar dele embevecido então é insuportável!
É provável que o Papa tenha tido de antemão o conhecimento dos nomes da família real portuguesa...perdão... da família do Presidente da República portuguesa, até porque não devemos esquecer, que terá bem presente a influência considerável que o catolicismo tem sobre os ainda muitos boçais e ignaros portugueses, que não sabem fazer a destrinça entre igreja e a ideia de Deus. Ele sabia bem a recepção que ia ter, e que em Portugal é tudo muito crente, por isso muito boa gente, e que depois de morrer vão todos para o céu, direitinhos que nem fusos. Contudo, também não esqueço que os Papas, regra geral, além de cultos são poliglotas. Mas,este Presidente da República é uma anedota, o que mais me faz espécie é o facto de ter sido ministro por dois mandatos e agora o representante máximo de uma nação, ainda que nem sequer tenha dotes para orador. Quando o ouço falar sinto que se me eriçam os pelos todos, fala de uma forma mecânica, sem emoção e com poses teatrais, postiças demais. A conclusão que retiro é que o nosso panorama de figuras políticas é muito fraco, miserável mesmo, logo as escolhas que fazemos são uma porcaria.
copiam-se os tiques antigos e nenhuma modernidade na educação
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