Sem Abrigo
Só nos meus
poemas encontro morada
Abrigo
diferente não me foi cedido;
Ao próprio
lar nunca me vi atraído,
E a tenda p’lo
vento brutal foi levada.
Só nos meus
poemas encontro morada.
E, se tal
refúgio consigo nos matos,
Em estepes,
cidades ou sítios ingratos,
Miséria
nenhuma me afectará nada.
Ainda
demora, mas há-de chegar
O tempo em
que a força me abandonará
E em vão
doces ditos irá requerer
Com que eu
construía, e em que o chão irá
Guardar-me e
eu me inclino pra esse lugar
Onde há uma
cova no escuro a romper.
(poeta
holandês falecido a 5 de Outubro de 1936)
Tradução de
Fernando Venâncio
Quem vai de novo roer a corda?
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