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segunda-feira, julho 20, 2015

Cobalto nos faróis

Cobalto nos faróis
no azulado zinco dos cabelos
no calor ampliado das axilas
nas vértebras arando o pavimento

O contacto cruzado e celular dos ouvidos no
vácuo
a esfera de sangue nivelada à distância dos
poentes da terra
o impossível fixo das marés
o mar
e a lua vazia de folhas e animais

O movimento do suor no ar
o cansaço nos troncos e no sol
a terra
o fumo os ascensores os incêndios
a suspensão dos astros sobre a noite

O nível do cobalto a construir a morte nas
vertentes
a penumbra das rectas
os arbustos fechados no quadrante dos pulsos
golpeados
a sede o espaço o pânico
a mobilização do horizonte
no patamar do vento da cidade


(poeta farense que hoje faz 74 anos)

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