Paraíso
Deixa ficar
comigo a madrugada,
para que a
luz do Sol me não constranja.
Numa taça de
sombra estilhaçada,
deita sumo
de lua e de laranja.
Arranja uma
pianola, um disco, um posto,
onde eu ouça
o estertor de uma gaivota...
Crepite, em
derredor, o mar de Agosto...
E o outro
cheiro, o teu, à minha volta!
Depois,
podes partir. Só te aconselho
que acendas,
para tudo ser perfeito,
à cabeceira
a luz do teu joelho,
entre os
lençóis o lume do teu peito...
Podes
partir. De nada mais preciso
para a minha
ilusão do Paraíso.
(David
Mourão-Ferreira faleceu faz hoje 19 anos)
O nosso amigo poeta
ResponderEliminarsempre vivo
Como o tempo passa! Gosto de ler David Mourão.
ResponderEliminarBeijinho lino
Adélia