A Guerra
E tropeçavam
todos nalgum vulto,
quantos iam,
febris, para morrer:
era o
passado, o seu passado - um vulto
de esfinge
ou de mulher.
Caíam como
heróis os que não o eram,
pesados de
infortúnio e solidão.
(Arma
secreta em cada coração:
a tortura de
tudo o que perderam.)
Inimigos não
tinham a não ser
aquela
nostalgia que era deles.
Mas
lutavam!, sonâmbulos, imbeles,
só na
esp'rança de ver, de ver e ter
de novo
aquele vulto
- imponderável e oculto -
de esfinge,
ou de mulher.
(David
Mourão-Ferreira nasceu faz hoje 86 anos)
Uns regressavam outros não.
ResponderEliminarAbraço