Páginas

segunda-feira, novembro 05, 2012

A cobardia dos deputados

Na passada quarta-feira, os deputados portugueses (não a totalidade, felizmente) deram não uma mas duas mostras de cobardia.

A primeira foi a recusa em votarem nominalmente a proposta de lei do Orçamento do Estado para 2013 para sabermos quem subscreve ou não o documento mais violento em matéria fiscal que alguma vez o povo português teve de suportar.

A segunda foi a antecipação do fim do debate e imediata votação na parte da manha, com conivência da presidente da Assembleia da República, para evitar que tal ocorresse à tarde, quando estavam preparadas várias manifestações à frente do Parlamento.

Foram duas inequívocas provas de cobardia e de quem tem medo de assumir as suas responsabilidades.

Quando em democracia, os deputados eleitos pelo povo têm medo desse mesmo povo que os elegeu, algo está mal e profundamente errado. Num momento em que os portugueses mais esperariam explicações dos representantes do povo, estes fogem cobardemente dos eleitores. É lamentável. E é o princípio do fim de alguma coisa.

Nicolau Santos, in Keynesiano, graças a Deus, blogue do Expresso

1 comentário: