Arado
Não talho, o leve risco talha
a terra
e a garra vira a terra e leva
o barro
para a via, via de grama e pedra.
Nem malho, a fina serra fende
o tronco
e a foice corta o tronco e mostra
a polpa
para o dia, dia de sol e faca.
Não fundo, o raso corte trilha
o solo
e o sulco sulca o solo e rompe
o lodo
para o rio, fio de água e musgo.
Nem brando, o duro aço rasga
a carne
e o rasgo marca a face e deixa
a terra
para o cio, cio de fêmea e seiva.
(poeta paulista nascido a 1 de Abril de 1933)
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