Se me comovesse o amor
Se me comovesse o amor como me comove
a morte dos que amei, eu viveria feliz. Observo
as figueiras, a sombra dos muros, o jasmineiro
em que ficou gravada a tua mão, e deixo o dia
caminhar por entre veredas, caminhos perto do rio.
Se me comovessem os teus passos entre os outros,
os que se perdem nas ruas, os que abandonam
a casa e seguem o seu destino, eu saberia reconhecer
o sinal que ninguém encontra, o medo que ninguém
comove. Vejo-te regressar do deserto, atravessar
os templos, iluminar as varandas, chegar tarde.
Por isso não me procures, não me encontres,
não me deixes, não me conheças. Dá-me apenas
o pão, a palavra, as coisas possíveis. De longe.
(Francisco José Viegas nasceu a 14 de Março de 1962)
hahahahaha
ResponderEliminar(saudades do carnaval...adorei!...bem parece isso mesmo, hã?...nem havia me tocado!!!)))
beijos!
o poema é muito belo.
ResponderEliminarmas que falta faz o Mário Viegas!
abraços
Ninguem dá
ResponderEliminarconquista
ou tropeça
Abraço