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sexta-feira, janeiro 14, 2011

Interlúnio

Entre o meu olhar o sol
e o sol existir em razão dos meus olhos
cai a noite.

Sobre eu estar sonhando
mas no campo que naturalmente não sonha
chove um pirilampo.

Eu bebo a água do silêncio
no rio que corre entre a minha pergunta
e a tua resposta.

Pequeno barco de papel da minha infância
onde estará ele a esta hora?
Só sei que está bem longe, muito longe.

Num longe que dói mais, em meu ser de ontem,
do que todos os presentes longes
da geografia e da saudade.


(poeta brasileiro falecido a 14 de Janeiro de 1974)

3 comentários:

  1. Poema com destinatario.
    Grande abraço

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  2. pirilampo que somos! na luz febril dos poetas.

    belíssimo.

    beijos

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  3. Os barquinhos de papel da nossa infância deixam saudades que correm como os rios...

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