fulgurações com a água
fulgurações com a água da chuva escorrendo
escondidas vozes num sujo vão de escadas
o céu turvo pelo desejo ácido da noite
estás sentado e ouves o desmoronar dos dias
contra o mar que te revela as tristes histórias
do espelho onde a criança matou a sua imagem
ruas desertas passam rente ao coração
saliva no movimento circular do corpo debaixo
doutro corpo que não conhece o dom de se entregar
ao tempo voluptuoso doutras mãos
levanta a gola do casaco sai para a rua
alarga o passo
deixa fustigarem-te as horas noite dentro
e no sangue sepultarem a insuspeita frescura
daquilo que ainda te falta cantar
(Alberto Raposo Pidwell Tavares nasceu em 11 de Janeiro de 1948
...'onde a criança matou a sua imagem'
ResponderEliminarE foram tantas.
A poesia tem classe, Lino.
ResponderEliminar"deixa fustigarem-te as horas noite dentro
e no sangue sepultarem a insuspeita frescura", e mostrada está a sua grandeza.
Abraço,
Jorge
adorei
ResponderEliminarBeijos
Paula