Morrer de sede
Estrangeiro que fui no meu país,
saltei fronteiras a tentar a sorte.
Estrangeiro que sou, perdi o norte,
corri o mundo, não deitei raiz.
É meu rasgado e velho passaporte
a sede antiga, esta cicatriz
queimadura que diz e contradiz
a pátria calcinada até à morte.
Mas torno sempre ao lar: fornalha, frágua,
cinzas e pedras sob cada ponte.
Orvalho, quando o há, é só de mágoa.
E quando exijo ao verde que desponte
e vem Abril abrir-se em olhos d'água,
vou eu morrer de sede ao pé da fonte.
À míngua da água, poema de mágoa.
ResponderEliminarMuito bom.
olha gostei, e n sou nada de poesias
ResponderEliminargostei muito do poema. de um poeta para mim desconhecido. que vou tentar descobrir...
ResponderEliminarabraços
:))
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