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quinta-feira, março 18, 2010

Morrer de sede

Estrangeiro que fui no meu país,
saltei fronteiras a tentar a sorte.
Estrangeiro que sou, perdi o norte,
corri o mundo, não deitei raiz.
É meu rasgado e velho passaporte
a sede antiga, esta cicatriz
queimadura que diz e contradiz
a pátria calcinada até à morte.
Mas torno sempre ao lar: fornalha, frágua,
cinzas e pedras sob cada ponte.
Orvalho, quando o há, é só de mágoa.
E quando exijo ao verde que desponte
e vem Abril abrir-se em olhos d'água,
vou eu morrer de sede ao pé da fonte.

4 comentários:

  1. À míngua da água, poema de mágoa.
    Muito bom.

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  2. olha gostei, e n sou nada de poesias

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  3. gostei muito do poema. de um poeta para mim desconhecido. que vou tentar descobrir...

    abraços

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