O monstro de duas cabeças
O NEGÓCIO está registado em nome de Binyamin Netanyahu. Mas a realidade é diferente.
Netanyahu nunca foi mais do que um vendedor de medicamentos manhoso. Uma daquelas figuras que aparece frequentemente nos filmes do Oeste americanos a vender um elixir que é bom para tudo: para a gripe e para a tuberculose, para os ataques cardíacos e para a loucura intermitente. A principal arma do vendedor é a língua: a sua torrente de palavras constrói castelos no ar, rebenta bolhas cintilantes e silencia todas as dúvidas.
Desde a eleição, há quase um ano, a sua maior (literalmente) proeza foi constituir um gabinete: 30 ministros e uma mão cheia de adjuntos, a maioria dos quais sem quaisquer funções perceptíveis, alguns deles encarregues de ministérios para os quais são os mais incapazes de todos os candidatos possíveis. A partir daí, a sua principal tarefa tem sido aquela em que é perito: a sobrevivência política.
Neste jardim zoológico governamental, a única criatura realmente Importante é o Liebarak – um monstro de duas cabeças que aterroriza todos os outros animais. Esse animal é 50% Lieberman, 50% Barak e 0% humano.
Uri Avnery
Um olhar implacável sobre a política de “Ocupação Eterna” nazi-sionista, racista e anti-semita* do estado de Israel, pela pena de alguém que a conhece muito bem por dentro.
*(Quem apelida de anti-semita todo aquele que ousa criticar as políticas de Israel é bom que saiba que os palestinos são tão semitas como os judeus; assim, a actuação de Israel é duplamente anti-semita, não só porque quer erradicar outro povo semita, mas também porque é a principal causa de ressentimentos contra os seus próprios cidadãos.)
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