As putas da Avenida
Eu vi gelar as putas da Avenida
ao griso de Janeiro e tive pena
do que elas chamam em jargão a vida
com um requebro triste de açucena
vi-as às duas e às três falando
como se fala antes de entrar em cena
o gesto já compondo à voz de mando
do director fatal que lhes ordena
essa pose de flor recém-cortada
que para as mais batidas não é nada
senão fingirem lírios da Lorena
mas a todas o griso ia aturdindo
e eu que do trabalho tinha vindo
calçando as luvas senti tanta pena
Fernando Assis Pacheco
Tristes como as de Garcia Marquez.
ResponderEliminarAs putas
ResponderEliminarsão uma invenção
dos poetas
Não existem - de facto
Pena e compaixão é o que eu sinto por essas mulheres, e são putas apenas nas palavras de quem não sente o frio que elas sentem... no corpo mas em especial na alma!
ResponderEliminargrande poema, grande Poeta!
ResponderEliminarabraços
griso só se for na avenida dos aliados, da boavista eheheheheh
ResponderEliminar(tb tenho pena e gostava de conversar com elas, perceber porquê)