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quinta-feira, outubro 22, 2009

Patacoadas Anda por aí um certo senhor, que dirige os destinos da CIP e já esgotou o seu prazo de validade há muito, a dizer cada vez mais palermices. Primeiro, aconselhou o partido mais votado nas legislativas sobre com quem devia e não devia fazer acordos; mais recentemente, veio clamar que devia haver congelamento do salário mínimo (e, por arrastamento, de todos os salários) para 2010 já que, sem inflação, os sindicatos não têm quaisquer bases para reivindicar aumentos salariais; depois, veio pedir um abaixamento dos impostos, esquecendo-se de dizer que queria a eliminação dos escalões mais elevados do IRS e a redução das contribuições das empresas para a Segurança Social; proximamente, virá, certamente, exigir que o tempo gasto pelos trabalhadores para irem à casa de banho seja compensado pelo quíntuplo em trabalho adicional gratuito, a fim de os empresários fazerem face aos custos do papel higiénico (onde o há), da água, da luz e da limpeza (quando é feita). Parece-me que o senhor van Zeller é capaz de ter alguma razão, considerando que em Portugal os pobres estão muito bem quando comparados com os ricos. Pelo menos é isso que diz o relatório do Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas recentemente divulgado, que classificou as economias avançadas com base no Coeficiente de Gini, o qual determina o fosso entre os mais ricos e os mais pobres, significando zero uma absoluta igualdade e 100 uma desigualdade absoluta. Como era expectável, os países escandinavos estão no fundo da tabela, acompanhados do Japão e da República Checa (por enquanto). Portugal ocupa um honroso quinto lugar, apenas atrás de Hong Kong, Singapura, Estado Unidos e Israel, e à frente da Nova Zelândia, Itália, Grã-Bretanha, Austrália, Irlanda e Grécia, para só falar dos 10 mais desiguais (onde não aparecem o Canadá, a França, a Holanda, a Bélgica, a Suíça, a Espanha e o Luxemburgo). Ah grande van Zeller! Vá-se aos malandros dos trabalhadores que ainda chega vivo ao primeiro lugar! Além de que terá uma virgem à sua espera no paraíso por cada trabalhador ou pensionista pobre que por cá deixar. Com o seu ar, não sei o que irá fazer com mais de dois milhões de virgens, mas isso será problema seu.

2 comentários:

  1. Chego a pensar que para os que mais têm, deve ser terrivelmente angustiante a ideia da morte. Para muitos esses, só de pensar que hão-de partir sem nada levar é o suficiente para se lhe enovelar o estômago. Nem a ténue luzinha ao fundo do túnel, mensageira da apaziguadora paz celestial, de que falam aqueles que um dia experimentaram por segundos o lado de lá, nem essa pretensa divina luz, lhes parecerá tão deslumbrante quanto o ouro que lhes pertencia em vida! Por isso eles aí andam, nem lá nem cá, meio vivos e meio mortos a assombrar todos aqueles que puderem!

    Ena! Onde terei ido eu, buscar estas ideias? Deve ser do sono...

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  2. O Vanzeller cada vez mais é Ferraz da Costa. Para quem tinha dúvidas...

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