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sexta-feira, julho 18, 2008

A guerra civil espanhola São incontáveis os testemunhos que tornam evidente que o objectivo dos golpistas contra o Governo da II República espanhola, em 18 de Julho de 1936, era exterminar propositadamente os adversários. O general Mola, em 19 de Julho, exigiu aos seus homens “é preciso semear o terror (...) eliminando sem escrúpulos e sem hesitação aqueles que não pensam como nós”. Na mesma linha, o capitão Aguilera, chefe de Imprensa de Franco durante a Guerra Civil, disse: “temos de matar, matar, matar. São como animais. Afinal de contas, ratazanas e os piolhos são portadores da peste. O nosso programa consiste em exterminar um terço da população masculina. Com isso limparíamos o país. Além disso também é conveniente do ponto de vista económico: não voltaria a haver desemprego na Espanha”. Na campanha também participaram numerosos membros da hierarquia da Igreja Católica, como o bispo de Vic, Joan Perello, que recomendava uma “profilaxia social” e pedia “um bisturi para tirar o pus das entranhas da Espanha”. O próprio Franco não escondia as suas intenções quando declarava à imprensa internacional que estava “disposto a exterminar, se fosse necessário, a metade da Espanha que não me é afecta. Preocupados com a nossa ditadura caseira, temos ligado pouca importância aos horrores que viveram os nossos vizinhos sob a bota franquista. Confesso que eu próprio, que tive um estreito contacto com a realidade espanhola durante a década de sessenta, quando a ditadura franquista parecia menos dura do que a salazarista, pelo menos no que toca a alguma liberdade de expressão, não fazia ideia de que a fúria sanguinária dos falangistas e seus apaniguados tinha atingido tais extremos de ódio e destruição. Até que dei de caras com um excelente artigo do filósofo Santos Ochoa Torres, intitulado Necessidade de saber: a Guerra Civil espanhola, de que faz parte o parágrafo acima e cuja leitura recomendo vivamente para que a memória não se apague também do outro lado da fronteira.

2 comentários:

  1. Convém também referir para que a memória nao esqueca a tétrica frase "Viva la muerte" do general fascista Milan Astray.

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  2. Vim visitar o seu blog e achei muito Interesante passe no meu também!Ab

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