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quinta-feira, maio 08, 2008

Referências e preferências O jornal da noite da RTP dedicou ontem longo espaço à demissão do Director da Polícia Judiciária. Conhecendo Alípio Ribeiro apenas pelas barbaridades que foi deitando pela boca fora durante o pouco tempo em que permaneceu no cargo, não estranho que se tenha demitido, mas sim que se tenha aguentado até agora. Já me espanto quando oiço o locutor da televisão pública a dizer que os principais jornais ingleses tinham dado destaque à notícia e fiquei de cara à banda quando ele identificou os tais jornais: News of The World, The Sun, Daily Mirror, .... Então, para o director de informação da RTP, os principais jornais ingleses são o lixo dos lixos? Gostava de saber o que é que José Alberto Carvalho chama a jornais verdadeiramente dignos desse nome, como o The Guardian, o Times ou o Independent. É caso para dizer que cada um tem as referências que merece, mas na vida privada. No serviço público, as referências não podem ser o lixo mediático. Das referências às preferências foi um pequeno passo, com representantes dos magistrados a criticarem a escolha de um operacional da casa, em detrimento de um juiz, alegando a falta de independência do operacional, como se não houvesse mecanismos constitucionais para garantir tal independência. Tendo nós assistido ao despudor (pelo menos para a grande maioria dos leigos como eu) com que vários elementos da magistratura têm feito da justiça gato sapato, numa irresponsabilidade total e sem nenhum controlo por parte dos órgãos (in)competentes, há corporações que nos querem comer por parvos ou não têm mesmo vergonha na cara. Provavelmente, nem cara têm para ter vergonha.

1 comentário:

  1. Acho que têm cara, mas também têm máscara para a esconder.

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