How many times must a man look up, Before he can see the sky? How many ears must one man have, Before he can hear people cry? The answer, my friend, is blowin' in the wind. The answer is blowin' in the wind.
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terça-feira, novembro 20, 2007
Onde estão os mártires? (II)
Menos de uma mês decorrido sobre a “fantochada” encenada em Roma para a beatificação de 498 padres e freiras espanhóis mortos durante a Guerra Civil Espanhola, todos afectos ao Caudilho, o presidente da Conferência Episcopal Espanhola apresentou, ontem, um pedido de desculpas sem precedentes pelo papel da Igreja Católica naquela Guerra Civil.
Até agora, a Igreja Católica sempre tinha realçado o seu papel de vítima na guerra que, ao fim de quatro anos, acabou com a vitória de Francisco Franco e marcou o início da ditadura fascista em Espanha, que durou até à morte do ditador, em 20 de Novembro de 1975.
Mas ontem, o presidente da Conferência Episcopal afirmou que a Igreja deve pedir perdão por “actos concretos” ocorridos durante o dilacerante período de guerra. “ Em muitas ocasiões temos razões para agradecer a Deus por aquilo que foi feito e pelas pessoas que agiram, mas, provavelmente, noutros momentos... deveríamos pedir perdão e mudar de direcção”, disse à Conferência Episcopal Ricardo Blauez, bispo de Bilbau.
Muitos bispos, na assistência, pareceram ficar estupefactos com o inesperado pedido de desculpas, entre eles António Maria Rouco Varela, bispo de Madrid , antecessor de Ricardo Blauez e reconhecido defensor da “linha dura” no seio da Igreja.
O bispo de Bilbau também enfureceu os conservadores ao elogiar um bispo que é tido como figura chave na transição da Espanha da ditadura para a democracia, nos anos 70. Vicente Enrique y Tarancon – o chamado “Bispo Vermelho”, vituperado por muitos conservadores pelos seus esforços de distanciar a Igreja de Franco após a morte do ditador - foi qualificado por Ricardo Blauez como “um eficiente instrumento de reconciliação”.
É caso para dizer: mais vale tarde do que nunca!
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