Foi há 40 anos, ia eu a caminho dos meus dezanove.
Do lado de cá do Atlântico, os Fab Four e os Stones destruíam preconceitos e os movimentos estudantis começavam a pressagiar o que viria a ser “o Maio de 68”. Do lado de lá, o movimento hippie estava no seu auge, a contestação à Guerra do Vietname e as lutas pelos direitos cívicos intensificavam-se e o rock psicadélico dos Grateful Dead e Jefferson Airplane dominavam, com Janis Joplin, as ondas. Dos dois lados, Scott McKenzie e o seu “San Francisco (Be Sure to Wear Flowers in Your Hair)" batiam recordes de audições nas rádios.
Numa floresta da Bolívia, um revolucionário romântico, apanhado na véspera com o seu pequeno grupo de guerrilheiros, era barbaramente assassinado no dia 9 de Outubro de 1967, às ordens da CIA e do seu ditador de turno no país, general René Barrientos.
Digam o que disserem os seus detractores, hoje como ontem fieis serventuários do “império”, a figura do médico argentino que trocou a maleta por uma espingarda para tentar pôr fim à miséria na América Latina (e na África, pois esteve um ano no Congo) perdurará na memória dos mais desfavorecidos.
Esta fotografia, que celebrizou o seu autor Alberto Korda, feita num funeral, em Cuba, em 5 de Março de 1960, e tornada pública apenas sete anos após a sua captação, foi considerada pelo Instituto Maryland de Arte como “a mais famosa fotografia no mundo e símbolo do século XX”.
A partir dela, o artista plástico irlandês James Fitzpatrick criou a imagem icónica e mundialmente popular do Che, da qual se diz que é a segunda imagem mais difundida no mundo, a seguir à de Cristo.
Numa carta de despedida aos filhos, o Che deixou uma mensagem em que todos, mesmo aqueles que procuram denegri-lo, deviam meditar:
"Acima de tudo procurem sentir no mais profundo de vocês qualquer injustiça cometida contra qualquer pessoa em qualquer parte do mundo. É a mais bela qualidade de um revolucionário"
Só é pena que mais de metade das pessoas que usam este "simbolo" não tenham a minima noção de quem foi e no que acreditava....
ResponderEliminarSerá sempre uma pessoa eterna, enquanto nos lembrarmos dele