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segunda-feira, janeiro 15, 2007

Vacina contra o HPV A notícia sobre a chegada a Portugal da vacina contra o Papilomavírus Humano, uma das doenças sexualmente transmissíveis mais comuns, encheu os telejornais do fim de semana. Lamentavelmente, como sempre, não houve jornalismo de investigação. Algumas entrevistas esparsas a especialistas, informações sobre os custos das vacinas e alguma esperança no ar. Portugal juntou-se ao grupo de 12 países que já comercializam a primeira vacina contra o HPV (Human Papillomavirus), vírus causador do cancro do colo do útero. Segundo as informações existentes, Portugal é o país da Europa com maior taxa de incidência desta doença, sendo detectados anualmente 900 novos casos e mais de 300 casos mortais. A vacina agora chegada a Portugal, chamada Gardasil, foi patenteada pela Merck & Co. Por altura da sua aprovação pela FDA dos Estados Unidos, em meados de 2006, um painel de aconselhamento sobre vacinação a nível federal (Advisory Committee on Immunization Practices) aprovou por unanimidade, em 29 de Junho de 2006, uma recomendação para que todas as raparigas e mulheres entre os 11 e os 26 anos recebessem a nova vacina, um voto que implicaria um gasto de cerca de 2 mil milhões de dólares por parte do orçamento federal, apenas num programa de vacinação das raparigas mais pobres entre os 11 e os 18 anos. De imediato se levantaram vários grupos religioso conservadores que se opuseram à vacinação obrigatória de raparigas pré-adolescentes, com medo de que a vacinação contra uma doença sexualmente transmissível enviasse uma mensagem subtil que iria contra a sua abordagem da saúde sexual baseada na abstinência. Chegaram mesmo a chamar-lhe a vacina da “promiscuidade”. Apesar disso, meia dúzia de estados já introduziram legislação que obriga à vacinação das estudantes do ensino médio, vários outros disponibilizam as três doses da vacina sem custo e assiste-se a uma vaga de fundo favorável a uma vacinação em massa. Por cá, a vacina não é comparticipada e é cara, muito mais cara que nos Estados Unidos (€ 480,00 contra $ 360,00) e a informação escassa. Esperemos que, ao menos, as vozes fundamentalistas a condenar a vacinação não se façam ouvir, já que, no actual estado das finanças públicas, a comparticipação não será, infelizmente, para já. E esperemos, também, que a vacina concorrente da GlaxoSmithKline, de nome Cervarix, cuja pedido de aprovação já foi solicitada às autoridades da União Europeia e dos Estados Unidos, apareça rapidamente no mercado, fazendo baixar o preço.

3 comentários:

  1. Sem dúvida que é uma vacina que todas as mulheres/adolescentes/crianças devem tomar, pois pelo que me informei é 100% eficaz.
    Mesmo com o valor alto que tem acho que vale bem o investimento.

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  2. Concordo plenamente com o Bernardo!
    Estive nos USA há um mês e todos os dias assistia uma pouco de televisão e todos os dias, mais ou menos de hora a hora esta vacina era publicitada, com depoimentos de muitas mulheres e médicos, em diversas televisões!
    Esperemos que a Igreja não tenha a mesma infeliz ideia de oposição e sobretudo que deixe de ser uma vacina de elites (o preço irrealmente exorbitante assim o dita) para ser uma vacina de massas... Pode ser que a entrada da concorrente no mercado assim o permita!
    Quanto a mim, penso tomá-la, uma vez que como diz o ditado, o Seguro morreu de Velho

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  3. Nice post, i agree with it.

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