How many times must a man look up, Before he can see the sky? How many ears must one man have, Before he can hear people cry? The answer, my friend, is blowin' in the wind. The answer is blowin' in the wind.
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domingo, janeiro 21, 2007
A táctica americana de D. José
Todos sabemos que nos Estados Unidos há jurados nos julgamentos. E também conhecemos a táctica dos advogados, quer da acusação quer da defesa, para influenciar a decisão desses jurados. Tentam sacar às testemunhas ou colocar na sua boca as respostas que consideram poderem decidir os destinos dos casos. Dir-se-á que é para isso mesmo que servem os interrogatórios. Pois é. Mas, muitas vezes, a formulação das perguntas e a distorção das respostas carecem de legalidade, o que leva o juiz que preside ao julgamento a dizer aos jurados que não devem ter em conta tal ou tal resposta ou insinuação. Só que os jurados já ouviram e no seu subsconsciente nunca mais vão esquecer isso. O fim que os advogados queriam atingir foi alcançado.
Parece que o Sr. D. José Policarpo decidiu utilizar o mesmo estratagema. Escreveu uma Carta aos Párocos e Comunidades Cristãs da sua diocese acerca do referendo do próximo dia 11 de Fevereiro que refere no ponto 1:
"A doutrina da Igreja sobre a vida, inviolável desde o seu primeiro momento, obriga em consciência todos os católicos. Estes, para serem fiéis à Igreja, não devem tomar posições públicas contrárias ao seu Magistério. O esclarecimento que os católicos são chamados a fazer sobre esta questão tem de ter em conta também os critérios de fidelidade à Igreja."
Seguidamente, recomenda:
"Os sacerdotes, enquanto presidentes das assembleias litúrgicas, devem limitar-se, durante as mesmas, à apresentação da doutrina da Igreja sobre o respeito pela vida. A celebração litúrgica não pode ser lugar de campanha, rebatendo argumentos contrários, analisando vertentes políticas e sociológicas do problema. A celebração litúrgica é momento para escutar apenas a Palavra de Deus e a palavra da Igreja. Procurem enquadrar o problema do aborto no conjunto de toda a exigência do respeito pela vida, em todas as circunstâncias, desde a concepção à morte natural, campo vasto do exercício da caridade."
E termina resumindo os principais pontos da doutrina da Igreja sobre a vida.
Mas D. José não se limitou a escrever a carta. Pediu expessamente que ela fosse lida em todas as celebrações litúrgicas do Patriarcado, o que, de facto transformou as missas em sessões de esclarecimento da campanha do "não". Subvertendo as suas próprias palavras e fazendo tábua rasa de anteriores declarações em contrário.
E mais. Transformou os locais de culto em lugares de violentação de consciências. Passou a todos os padres da diocese um atestado de incompetência. E rotulou de atrasados mentais todos os fiéis.
Mais grave, ainda, colocou fora da lei a RTP1 que, hoje de manhã, deu uma hora de campanha do "não" à Igreja católica, ao transmitir uma missa semelhante a tantas outras onde a sua carta foi lida. Não sei se nessa o foi ou não, nem isso interessa. Desde há muito, qualquer transmissão do que quer que esteja ligado à Igreja católica é um acto público da campanha do "não". Já que o Sr. Almerindo Marques não tem vergonha na cara nem respeito pelos portugueses, pelo menos a Comissão Nacional de Eleições devia tê-los.
Não sei se será um caso de não se olhar para si próprio ou se será o pior cenário (na minha opinião) de realmente passar um atestado de defeciência mental...
ResponderEliminarO certo é que um Bispo nunca devia ter uma atitude destas.... mas e daí, tendo em conta o Papa que agora temos!