Cântico
Belo é ver
florir os galhos
das velhas
árvores.
E ver chegar
as aves
que voltam
do Sul.
Belo é o
sangue rubro
dum lanho
fresco,
e o riso que
nasce
das nossas
palavras.
Belo é o vir
da manhã
sobre os
telhados nus
das cidades
brancas.
E mais belo
ainda
que este sol
visível
enflorando,
amor,
teus longos
cabelos
de guizos
dourados:
mais belos
que os ventos
cavalgando
as nuvens
e
dizendo-nos: vinde!,
e que o meu
gênio abrindo
suas asas
nos céus:
Mais belo
que o fluir
silente
desta célula
fluindo nos
cosmos:
Mais belo,
amor,
que a tua
própria beleza
é este sol
inviolável,
rútilo, no
fundo de nós.
(Papiniano
Carlos faleceu faz hoje 4 anos)
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