sexta-feira, agosto 16, 2013

O neoliberal (excerto)

o neoliberal
sonha um mundo higiênico:
um ecúmeno de ecônomos
de economistas e atuários
de jogadores na bolsa
de gerentes
de supermercado
de capitães de indústria
e latifundários de
banqueiros
- banquiplenos ou
banquirrotos
(que importa?
dede que circule
autoregulante
o necessário
plusvalioso
numerário)
um mundo executivo
de mega-empresários
duros e puros
mós sem dó
mais atento ao lucro
que ao salário
solitários (no câncer)
antes que solidários:
um mundo onde deus
não jogue dados
e onde tudo dure para sempre
e sempremente nada mude
um confortável
estável
confiável
mundo contábil.


(poeta paulista falecido faz hoje 10 anos)

3 comentários:

jrd disse...

Em suma, um verme viscoso...

Abraco

mmm´s disse...

É a peste de Portugal...

Flor de Jasmim disse...

não conhecia!
profundo mas verdadeiro.

beijinho e uma flor