sábado, outubro 17, 2009

Mediadora da Palavra Um rumor irrompe das nocturnas margens. Sombras deslumbrantes. Um fulgor que desnuda e que despoja. Campo de água ágil. Dança Imóvel. Uma cegueira arde Incendiando o tempo. Pátria áspera de delicado alento. Soberano marulhar do inexplorável. Unânime é a pedra. Selvagem a palavra despedaça a língua. Um silêncio central domina e orienta A substancia primária. A palavra inicia. Rapidez da água entre resíduos obscuros. Talvez o diadema. Talvez a obscura dança aérea. O leve poder do fogo, as suas marcas ácidas. Pulsação dos poros. Ardor do silêncio no nocturno centro. Fulgor do desejo. Uma deusa de água espraia-se nas palavras. António Ramos Rosa (no dia do 85º aniversário)

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