sexta-feira, agosto 28, 2009

A Nossa Falsa Verdade Uma vez que em boa verdade os homens apenas se interessam pela sua opinião própria, qualquer indivíduo que queira apresentar uma dada opinião trata de olhar para um lado e para o outro à procura de meios que lhe permitam dar força à posição, sua ou alheia, que defende. As pessoas servem-se da verdade quando ela lhes é útil, mas recorrem com retórica paixão à falsidade logo que se lhes depara o momento em que a podem usar para produzir a ilusão de um meio-argumento e dar assim, com uma manobra de diversão, a aparência de unificar aquilo que se apresenta como fragmentário. A princípio, quando me apercebia de tais situações, ficava incomodado, depois passei a ficar perturbado... Johann Wolfgang von Goethe, in "Máximas e Reflexões" A minha mulher não costuma fazer comentários acesos às notícias do telejornal, mas ontem quase explodiu quando ouviu uma senhora do passado falar de “politica de verdade” - e eu ri-me pensando no que iria postar hoje. Não tive tempo (e não tenho pachorra) para analisar em detalhe o “diz que era uma espécie de programa de governo” da dona Manuela. Mas da sua leitura cruzada ressaltou um conjunto de generalidades e a repetição obsessiva da palavra “verdade”, coisa que a candidata deve ter descoberto recentemente (pelo menos deve ter sido depois da venda dos anéis e da hipoteca do país ao Citigroup). Felizmente, lembrei-me de que passam hoje 260 anos sobre o nascimento de um grande pensador alemão, o que veio mesmo a talhe de foice.

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