quinta-feira, novembro 20, 2008

A negritude e a liberdade Enquanto o mundo inteiro comemora a chegada do primeiro negro ao posto de presidente dos Estados Unidos e muitos refletem sobre as conseqüências disso para a América do Norte e para o mundo, o Brasil recorda a figura de Zumbi, líder negro do Quilombo dos Palmares, assassinado no dia 20 de novembro de 1697. Ele teve a sua cabeça exposta em um poste, numa praça do Recife, para que ninguém mais ousasse liderar um quilombo ou pretendesse ajudar os escravos a serem livres. Ao invés de pôr fim às lutas pela liberdade, a morte de Zumbi, ao contrário, suscitou da parte de muitos escravos a consciência de que não poderiam deixar que a morte desse grande chefe fosse inútil. A memória do seu martírio se tornou incentivo para que negros, índios e brancos se unissem em torno de um projeto de igualdade humana e de um Estado cujas raças e etnias pudessem ser cidadãs de pleno direito. Até hoje, esta democracia racial plena não é um direito adquirido. No Brasil, as pessoas de raça negra ainda têm menos condições de acesso à educação, ao trabalho remunerado e à plena cidadania. E não só isso. José Vicente, reitor da Universidade Zumbi dos Palmares, em São Paulo, afirma: "A cor negra da pele de homens e mulheres, assim como sua raça e cultura próprias, foram motivos de crueldade humana e de barbárie que mancharam e continuam manchando a dignidade da humanidade" A reflexão é de Marcelo Barros, monge beneditino e escritor brasileiro, e pode ser lida no jornal online Adital, onde também se encontram outros artigos de opinião sobre Zumbi dos Palmares, como Valeu Zumbi!, da jornalista Elaine Tavares, ou Zumbi dos Palmares liderou a 1ª experiência democrática do Brasil, de Ismar C. de Souza, militante do movimento negro e jornalista free lancer.

2 comentários:

GMaciel disse...

Estou a aproveitar este tempo que tenho agora e... sabe bem voltar aqui.

:)

Algo mudou nos Estados Unidos, veremos se é uma mudança firme ou se é apenas fruto do cansaço de Bush.

jocas gordas

éme. disse...

:)
Há quase 4 anos que é "sobre a cor" que ando a trabalhar... isso, a cor da pele.
Aqui neste pequeno País de beira mar... sim, a cor É um problema.
E diz-se que somos gente de brandos costumes... até isto aumenta o silêncio que, em nome da brandura, se abate sobre a pele... a pele, a de cada um de nós.
E com o silêncio, a dor. Que é imediatamente maior, conforme a pele se escurece. Mas que é imensa, qualquer que seja o tom: porque continua a cor, a ser questão.