Quando
Quando o meu
corpo apodrecer e eu for morta
Continuará o
jardim, o céu e o mar,
E como hoje
igualmente hão-de bailar
As quatro
estações à minha porta.
Outros em
Abril passarão no pomar
Em que eu
tantas vezes passei,
Haverá
longos poentes sobre o mar,
Outros
amarão as coisas que eu amei.
Será o mesmo
brilho, a mesma festa,
Será o mesmo
jardim à minha porta,
E os cabelos
doirados da floresta,
Como se eu
não estivesse morta.
(Sophia de
Mello Breyner Andresen nasceu faz hoje 97 anos)
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