Poema dos
Náufragos Tranquilos
Somos
herdeiros dos quatro ventos
Sem uma vela
para lhes dar
Temos
amarras e temos lenços
Num cais de
pedra para acenar.
Somos
herdeiros da maresia
Que salga os
olhos de olhar o mar
E temos rios
de lava fria
Que se
recusam a desaguar.
Somos
herdeiros de uma lembrança
de tesouros
afundados
e arpoamos a
esperança
na nossa
morte reclinados.
Somos
herdeiros de um rombo aberto
no nevoeiro
secular tranquilos
náufragos do
incerto
vamos morrer
no mar.
(poeta
açoriano nascido faz hoje 80 anos)
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